Um fator é ainda um desafio para empresas latino americanas de diferentes setores da economia, assim como para os pequenos meios de hospedagem. Ainda que considerem fator decisivo no aumento da competitividade o investimento em importação e exportação, 28% das empresas da região consideram ter dificuldades para encontrar parceiros em outros países.
Isso é o que demonstra em estudo que investiga opiniões e atitudes de empresários latino americanos.
Em sua quarta edição, o UPS Business Monitor Latin America (Monitoramento de Negócios da América Latina), estabelece um panorama sobre as tendências dos negócios na região. De acordo com os resultados deste estudo, embora a crise econômica mundial continuará afetando os negócios no futuro próximo, empresários entrevistados disseram, pela primeira vez desde 2008, que enxergam sinais de recuperação. Segundo o estudo, 80% dos empresários projetam crescimento de faturamento para os próximos 12 meses, o que não chegará a igualar os resultados de seus negócios antes da crise, mas que significará considerável aumento de contratações e investimento prioritário em marketing e vendas.
Em termos da perspectiva geral, as opiniões são muito contrastantes entre a entrevista realizada em 2008 com a deste ano. Em 2008, apenas 47% dos empresários entrevistados consideraram ter uma boa perspectiva geral para o ano seguinte. Neste ano as respostas positivas totalizaram 79%.
Foram entrevistados neste estudo, cerca de 800 empresários de 07 países, a cerca de suas opiniões, atitudes e práticas. Os países são Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, República Dominicana e México.
O estudo aponta ainda que a perspectiva positiva para 2011 se deve em grande medida em razão dos resultados positivos obtidos em 2010 pela maioria das empresas, ou cerca de 54% delas.
Os resultados desse estudo podem parecer distantes da realidade dos pequenos meios de hospedagem brasileiros, mas se extrapolarmos um pouquinho o raciocínio podemos entender uma relação direta de causa e efeito.
Esse estudo aponta um crescimento do número de empregos, ou ao menos a diminuição do ritmo das demissões que ocorre nos últimos anos. Aponta ainda o crescimento do faturamento das pequena e médias empresas. E mais do que isso, aponta o otimismo dos empresários. Será muito pensar, então, que teremos mais dinheiro circulando e que as pessoas terão maiores condições de consumir produtos e serviços?
Sobre a questão relativa ao comércio internacional, os resultados do estudo parecem estar alinhados com as dificuldades dos pequenos meios de hospedagem em acessar o mercado internacional.
Aliado ao fato de que nos últimos anos temos um câmbio desfavorável para um maior incremento das chegadas internacionais, poucos são os pequenos meios de hospedagem brasileiros que possuem relações comerciais consolidadas com empresas que trabalham no mercado internacional. Este cenário é ainda mais desafiador em destinos pouco reconhecidos internacionalmente.
O Brasil vêm aumentando consideravelmente o número de chegadas internacionais e é possível que você tenha aumentado o número de diárias vendidas para estrangeiros, mas é também bem possível que não no ritmo que cresce o Brasil. Segundo dados da INFRAERO, a variação percentual entre 2009 e 2010 é de positivos 21,67%.
Porém, com o mercado brasileiro de receptivo internacional dominado pelas incoming tour operators, notadamente as localizadas no Rio de Janeiro, sobra pouco espaço para novos destinos. Em razão da preocupação com escala de mercado, as operadoras cariocas tem acordos comerciais com fornecedores (receptivos locais, meios de hospedagem, equipamentos gastronômicos, guias, etc.) em número reduzido de destinos, principalmente naqueles que possuem grande apelo comercial e também uma estrutura de receptivo altamente qualificada para atender o mercado internacional, como a própria capital fluminense, Salvador, Foz do Iguaçu, Amazônia, Pantanal, Recife e mais recentemente Fortaleza, Natal e Florianópolis.
De outro lado, já existem parcerias comerciais em curso, que correm no sentido contrário desse cenário. Acordos diretos entre operadores de receptivo locais com operadoras emissivas da Europa, EUA, Canadá, Austrália, Argentina, entre outros, tem contribuido para definir fluxos turísticos para destinos fora do eixo principal do turismo receptivo internacional.
Esses acordos são, normalmente, possibilitados por bons acordos comerciais e trabalhos coletivos entre operadores de receptivo local e grupos de pequenos meios de hospedagem.
Fatalmente, as chegadas internacionais aumentarão no Brasil nos próximos anos, sobretudo em função dos grandes eventos esportivos que sediaremos em 2014 e 2016, mas largar na frente é sempre importante.
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