terça-feira, 21 de junho de 2011

Brasil. O país da cultura da transgressão.

Nenhum de vocês leitores empresários e gestores de pequenos meios de hospedagem, gestores públicos e profissionais dos setores de turismo e hotelaria terão dúvida sobre a seguinte questão: que forças se unirão para desenvolver um destino turístico?

Certamente responderão que para que o planejamento e a execução de um plano de desenvolvimento para determinado destino turístico sejam um sucesso, é fundamental o trabalho conjunto entre o poder público e a iniciativa privada.

Boa parte dos empresários e profissionais, no entanto, dificilmente, elencará entre as primeiras prioridades, suas responsabilidades, as quais não somente se originam em seus negócios, mas também no seu papel de cidadão.

Portanto, uma segunda pergunta, provavelmente não terá o mesmo consenso em sua resposta. "Qual sua parcela de contribuição para o enfrentamento à cultura das transgressões no Brasil, o que influenciaria decisivamente no desenvolvimento de um bom ambiente de negócios?"


Para pensar sobre o assunto, destacamos uma conclusão do ETCO sobre os estudos que deram origem ao livro.

Pense num grande autor brasileiro. Dificilmente sua obra não trará em algum momento um personagem que circula livre, leve e solto pela sociedade nas mais diferentes épocas, um boa gente, mas violador de leis. O que preocupa, no entanto, é que esse tipo pouco confiável que passeia pelas páginas de grandes obras nacionais também circula pelas ruas desse imenso país, e com tamanha naturalidade que muitas vezes custamos a crer que esteja de fato fazendo algo errado. Os desvios de conduta estão impregnados na cultura brasileira, como Carnaval e futebol, e muitas vezes entram na rotina da família sem que ao menos elas se deem conta.

Veja, por exemplo, o boa-praça Antunes Segada Bustamante, que com sua boa conversa consegue um emprego de fiscal no governo. O personagem criado por Lima Barreto em Um fiscal de jogo, não sente vergonha e nem tampouco esconde seu comportamento pouco ortodoxo no trabalho. Ao contrário, até vangloria- -se.

Conta-nos o narrador que poucos dias depois da nomeação de Bustamante, ele o encontrou e, após os cumprimentos, perguntou: Como te tens dado com o lugar? Magnificamente! Ceio lautamente todas as noites, vejo lindas mulheres e bebo champanhe a rodo. Tudo isso de graça. Não é bom? Bustamante não está sozinho nem na ficção nem na realidade brasileira. Mesmo aqueles que se indignam com algumas violações da lei, são condescendentes com outras que não saltam aos olhos quando eles próprios cometem seus pecados.

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